O relato do descaso. A quem reclamar?
Quando 1: Sábado, 15 de julho de 2006, 19:30 horas. Local: Linha Vermelha, sentido Centro, próximo ao 23º Batalhão de Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro (Batalhão da Maré). Íamos tranqüilamente, eu e minha família, em nosso automóvel para a festa de aniversário de duas sobrinhas, na Tijuca, quando, não mais que derepente, os veículos à frente do nosso e ao nosso lado, freiaram bruscamente, com sérios riscos de um acidente.
Pensamos, inicialmente, em mais uma escaramuça tráfico versus policiais, coisa muito comum naquela via expressa. Qual nada! Imaginem, um porco, que mais parecia um bezerro, de tão grande e gordo, resolveu dar seu passeio noturno. Freiadas e buzinadas assustaram o suíno que, vagarosamente, retomou à sua origem: a favela da Maré. Passada a aflição, todos os veículos retomaram seu curso em direção ao centro da cidade, como se nada tivesse acontecido. Como estávamos a pouquíssimos metros do Batalhão da Maré, resolvi dar uma parada para alertar os policiais sobre o risco de um grave acidente, face à precária iluminação da via, apesar da troca recente das lâmpadas.
Pensamos, inicialmente, em mais uma escaramuça tráfico versus policiais, coisa muito comum naquela via expressa. Qual nada! Imaginem, um porco, que mais parecia um bezerro, de tão grande e gordo, resolveu dar seu passeio noturno. Freiadas e buzinadas assustaram o suíno que, vagarosamente, retomou à sua origem: a favela da Maré. Passada a aflição, todos os veículos retomaram seu curso em direção ao centro da cidade, como se nada tivesse acontecido. Como estávamos a pouquíssimos metros do Batalhão da Maré, resolvi dar uma parada para alertar os policiais sobre o risco de um grave acidente, face à precária iluminação da via, apesar da troca recente das lâmpadas.
Então, aconteceu o que reputo triste, hilário e porque não dizer, o máximo da irresponsabilidade burocrática de nosso sistema de segurança. Estacionei junto à cabine de entrada do Batalhão e ninguém nos abordou para saber se era o início de um atentado, ou o quê. Vi, ao fundo, dois soldados que caminhavam tranqüilamente e buzinei para chamar a atenção, enquanto minha esposa resolveu berrar sobre o ocorrido há poucos minutos. Eis que surge da cabine um praça perguntando o quê desdejávamos. Minha esposa explicou e solicitou providências. Então veio a primeira pergunta interessante do praça: "Vocês estão indo para lá?" Ele referia-se ao sentido Centro. Foi quando me deu vontade de responder que não e estávamos na contra-mão. Minha esposa disse que íamos para a Tijuca, ao que ele respondeu: "Então vocês procurem a primeira viatura policial que encontrarem, pois a responsabilidade da segurança da via é do BPVE". BPVE é o Batalhão de Policiamento de Vias Especiais, ao qual a Linha Vermelha está vinculada para fins de segurança da via. Foi quando perguntei ao praça: "Mas você não pode passar um rádio avisando?" Ao que veio a resposta, essa, hilária: "Não tenho rádio comigo. O rádio está lá dentro e não posso abandonar o posto". Por aí parei, dizendo que estava tudo bem, agradeci a atenção e fomos tentar cumprir nosso compromisso social. Neste ponto, acordamos que não valeria a pena procurar a tal viatura policial do BPVE, pois até que eles fizessem o retorno em São Cristovão e depois, na Ilha do Fundão, o que tivesse que acontecer, já teria acontecido, pois, caso os policiais aceitassem nosso novo alerta, pelo menos 30 minutos seriam gastos. A solução que encontramos foi a mais adequada, até porque, do Batalhão da Maré até nossa saída da Linha Vermelha, em São Cristovão, não encontramos uma viatura sequer do BPVE. Espero que o porco tenha voltado para casa!
Quando 2: Sábado, 15 de julho de 2006, 23:30 horas. Local: acesso à Linha Vermelha, próximo à favela do Arará. Retornávamos de nosso compromisso pela Avenida Brasil, tomamos o viaduto de acesso à Linha Vermelha, altura do Caju. Quando chegamos ao final do viaduto, quase entrando na Linha Vermelha, deparamo-nos com um jovem de bermudas, casaco, boné e um FUZIL METRALHADORA apontado em direção aos veículos. Ele atravessava calmamente a via, em direção à Avenida Brasil. Naquele momento, Deus estava presente e não permitiu que houvesse algo pior: um assalto, ou tiros a esmo, podendo alguém ser atingido por uma bala perdida.
Após este segundo episódio no mesmo dia, ainda pensei: daqui a uns 50 a 100 metros tem um posto móvel da polícia, onde sempre tem uma viatura policial. Vou parar lá e comunicar o fato. Foi quando refleti que aquele era um posto do BPVE e fatalmente os policiais iriam me dizer que procurasse o batalhão da Maré, ou telefonasse para o 190, porque a função deles é policiar a Linha Vermelha e não os acessos.
Amigos, esta foi a situação mais estranha e surrealista que vivemos no sábado. Gostaria de entender o quê se passa (como diria o Didi) na cabeça de nossos governantes. Eles não estão "nem aí" para a segurança dos cidadãos que pagam seus impostos em dia e mantêm seus altos salários. Roguemos a Deus que nos guarde e proteja, pois do Estado não podemos esperar mais nada.
7 Comments:
E vocês ainda dizem que os meus tios são loucos de morar em Miguel Pereira (não tem nada pra fazer).
Lá a preferência é dos porcos e basta uma "joaninha" (Fusca mesmo!), pra tomar conta da cidade inteira.
By Penso, logo existo!, at 18/7/06 20:59
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