Quarta-feira, Outubro 24, 2007

Larvas do Aedes Aegypti e a borra de café

Chega o verão, é tempo de praia, de férias e de epidemia de dengue. Isso vem se repetindo há alguns anos e as áreas de saúde do governo, ou dos governos, parecem apreciar tudo isso como se nada tivesse a ver com o assunto: a epidemia de dengue. Anual e mortal.
Segundo o Jornal do Commercio (Recife), no Brasil foram registrados exatos 736.341 casos de dengue clássica de janeiro a outubro de 2002. A forma hemorrágica da doença atingiu 2.279 pessoas e matou 134 delas.
Não há dúvida de que o número real de casos, de mortes e de pessoas contaminadas, é muitas vezes superior, uma vez que muita gente não vai a um posto de saúde ou hospital para se tratar.
Em todos os recantos do Brasil repetiu-se a mesma coisa, pelo menos no que diz respeito à ausência de ações preventivas dos governos.
Mas, como é que se diz: o dengue ou a dengue?
Não importa. Esqueça a gramática. Pode matar da mesma maneira.
O ciclo de contaminação inicia-se com uma picada.
A transmissão se dá pela picada do mosquito Aedes Aegypti que ficou infectado porque picou uma pessoa doente. Esse mosquito infectado, picando uma pessoa sadia, passa o vírus da dengue e esta pessoa fica doente.
Para quebrar essa corrente e interromper o ciclo há que se exterminar o mosquito.
No início de 2002, enquanto grassava a epidemia anual de dengue, circulou mensagem recomendando usar borra de café no combate ao mosquito da dengue, o Aedes Aegypti.
Segundo a mensagem, cientista paulista "... descobriu que a borra de café produz um efeito que bloqueia a postura e o desenvolvimento dos ovos do Aedes Aegypti."
Para interromper o ciclo de reprodução, ela recomenda "... colocar duas colheres de sopa de borra de café para cada meio copo de água..."
Duas colheres do pó produzem cerca de meio litro de café, dependendo da preferência de cada um: mais forte, mais pó. Mais fraco, menos pó.
Portanto, ao fazer um litro de café usam-se cerca de quatro colheres de sopa e o pó resultante do processo dá para preparar uma mistura capaz de encher um copo.
No final das contas, a finalidade da mistura é eliminar a (quase) pureza da água que se acumula em vasos de plantas e na qual se reproduz o temível mosquito. Dizem os especialistas, que o mosquito, ou melhor, "a mosquita", pois é ela quem contamina as pessoas e põe os ovos, não aprecia água suja.
É uma ajuda, talvez não muito significativa dentro do universo de reprodução do Aedes Aegypti, mas, como se diz, é uma maneira de cada um fazer a sua parte.
Gente de fino trato pode botar na água das plantas um dose de vinagre balsâmico, um pouco de noz moscada ou de essências aromáticas que, certamente, produzirão o mesmo efeito: sujar a água e impedir que "a mosquita" ponha os ovos.

 
 

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