Terça-feira, Fevereiro 19, 2008

Como morreu Jesus - Zugibe contra Mel Gibson

O médico legista americano Frederick Zugibe, um dos mais conceituados peritos criminais em todo o mundo e professor da Universidade de Columbia, acaba de quebrar essa regra. Ele dissecou a morte de Jesus com a objetividade científica da medicina, o que lhe assegurou a imparcialidade do estudo. Temente a Deus e católico fervoroso, manteve ao longo do trabalho o amor, a devoção e o respeito que Cristo lhe inspira. Zugibe, 76 anos, juntou ciência e fé e atravessou meio século de sua vida debruçado sobre a questão da verdadeira causa mortis de Jesus.
Escreveu três livros e mais de dois mil artigos sobre esse tema, todos publicados em revistas especializadas, nos quais revela como foi a crucificação e quais as conseqüências físicas, do ponto de vista médico, dos flagelos sofridos por Cristo durante as torturantes 18 horas de seu calvário.
O filme americano A paixão de Cristo (2005), de Mel Gibson (foto), é duramente criticado pelo médico Frederick Zugibe. Ele afirma que a produção tem equívocos médicos, científicos e históricos. Os erros:
Jesus leva um violento golpe no olho no Jardim das Oliveiras. De acordo com Zugibe, ele não foi agredido nessa fase de seu calvário.
Apenas o aramaico e o latim são falados no filme. Ficou de fora o grego, principal idioma da Terra Santa na época de Jesus.
A parte da frente do corpo de Jesus também é açoitada, o que contraria os escritos antigos.
Jesus leva uma cruz de 80 a 90 quilos. Zugibe afirma que só a barra horizontal era carregada e a vertical ficava pregada ao chão do lado de fora dos portões da cidade.
O descanso para os pés mostrado no filme é uma invenção de artistas do século passado, segundo Zugibe.
Ao contrário do que mostra o filme, a água e o sangue não jorram de Jesus após a retirada da lança. Escorrem suavemente.
Fonte: Natália Rangel - Revista Isto É.

 
 

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