Plagiando minha mulher, "eu te disse, eu te disse!!!"

Pois é, no post de 18/03/2008, "E a Bolsa, como vai?", eu fazia alguns comentários sobre a situação da economia mundial, os preços das commodities no mercado internacional, o dito descolamento da economia brasileira do restante do mundo e a possibilidade de reacender a inflação por aqui.

Temia eu que, de uma forma ou de outra, a economia brasileira fosse afetada. Parece que não foi necessário muito tempo para as preocupações com a inflação voltarem.
Estaria o Banco Central brasileiro certo com seus constantes avisos? Tudo leva a crer que sim!
Muito embora os desenvolvimentistas apregoem que o centro da inflação (4,5%) não é o teto, a verdade é que o valor absoluto pouco ou quase nada importa; a tendência, sim. É o que estamos vendo. Não por conta de falta de aviso.
Apontam os alimentos como os "novos" vilões para a subida da inflação. Nã quero aqui tratar dos gastos do governo. eixo isso para os economistas-políticos. Voltemos ao tema. Pois é, alimentos em alta!
Minha avaliação é de que, apesar das safras generosas que estamos observado no Brasil e poderemos observar ainda em futuro próximo com culturas que ainda não iniciaram a colheita, estamos tratando, sim, de commodities.
Mas como? O que aqui é produzido, seja milho, arroz, carne, soja, laranja, etc, hoje são commodities largamente comercializadas no mercado internacional. Como os preços de tais commodities estão em ascensão no mercado internacional, apresentando elevadas taxas, os produtores de aqui tendem a exportar mais para aumentar seus lucros e compensar situações negativas verificadas com a queda do dólar, ou a valorização do real. Assim, o atendimento ao mercado interno é reduzido, devido ao aumento das exportações e, logicamente, o preço interno sobe. Logo, carga sobre a inflação!
Quanto aos produtos dos quais dependemos de importação tais como trigo, e até mesmo milho, em determinadas ocasiões, os preços continuam subindo no mercado internacional, logo, no mercado interno. Mais inflação.
Assim, por paradoxal que pareça, a crise nos EUA parece ter afetado decisivamente os preços das commodities, o que está sendo ruim para toda a economia mundial.
Não podemos nos esquecer que países grandes produtores e consumidores de arroz já estão aplicando contingenciamento às suas produções, devido à escassez que se avizinha.
Portanto, olho vivo que respingos daí decorrentes podem acontecer sobre a BOVESPA.
"Eu te disse, eu te disse!!!"