Mais sobre a Vale
Tenho recebido perguntas sobre a Vale e seu futuro. Será que vale (sem trocadilho) a pena manter o papel, ou vender? Invariavelmente, essa é a questão que vem sendo colocada. Aqui vai minha opinião.
Devo dizer que não sou muito afeto a dar conselhos, pois se os mesmos fossem bons, não seriam dados e sim muito bem vendidos. Mas vamos conversar um pouco sobre o tema Vale, sem nenhuma responsabilidade sobre conclusões que queiram tirar.
Não nos esqueçamos de um ponto relevante: um dos eventos, perder ou ganhar, só ocorre quando qualquer ativo é vendido. Até lá o investidor está posicionado em um ativo que sofre a influência do vai-e-vem do mercado. Mas vamos lá: ao olharmos o gráfico de Vale, por volta do dia 26/04, encontramos bons dias para a compra: as indicações eram de alta, o que ocorreu até o dia 20, quando o papel se mantinha dentro de um estreito canal de alta, embora sempre ameaçando estourar a parte superior das Bandas Bollinger, o que indicava um certo risco de reversão. Essa situação (reversão) se consolidou no dia 26/05, com a confirmação através do gráfico parabólico.
Daí para a frente foi só queda. Hoje, Vale estava a R$ 47,10, no momento em que escrevia esse post, ainda em terreno de baixa, pois rompeu uma forte linha de suporte na casa dos R$ 47,68. Outra linha de suporte está situada mais abaixo, em R$43,94. Caso caia abaixo desse valor, a situação pode se tornar preocupante.
Ao estudarmos o caso Vale, temos que levar em consideração um fator, que embora não garanta subidas constantes, pelo menos dão um certo conforto: a Vale é uma empresa com alta liquidez na Bolsa.
por outro lado, a intenção (ou necessidae? Ou estratégia?) em participar ativamente do processo de consolidação da indústria siderúrgica (por meio de compras e fusões), que vem acontecendo em nível mundial, pode estar trazendo alguma preocupação para os investidores em Vale. Haja visto a proposta, já arquivada na CVM, para emissão de US$ 14 milhões em ações. Está escrito no press release distribuído, que "A Vale pretende utilizar os recursos líquidos provenientes da oferta para fins corporativos gerais, o que pode incluir o financiamento de seu programa de crescimento orgânico baseado no plano de investimentos de US$ 59 bilhões, aquisições estratégicas (grifo meu) e a ampliação da flexibilidade financeira." Essa pode ser uma forma que a Vale está buscando para não aumentar seu endividamento.
Outro ponto a considerar: hoje, a Vale tem grande número de acionistas estrangeiros, não só em ADR, mas também no mercado da BOVESPA e alguns analistas andam apontando que os estrangeiros estão saindo do papel, após o anúncio de aquisição, ou intenções de aquisições, mais recentes.
Por outro lado, o preço das commodities está em queda no mercado mundial e os australianos, principais concorrentes da Vale no mercado chinês, estão oferecendo preços mais competitivos, por razões ligadas ao frete, muito embora o minério da Vale seja apontado como de melhor qualidade, o que vem garantindo seguidos valores-prêmio ao produto nacional.
Assim, o momento para a Vale não se mostra muito favorável no mercado internacional, sua principal fonte de receita.
No entanto, é o que sempre digo: realizar prejuízo, nem sempre é uma boa política, principalmente quando se trata de uma empresa como a Vale, com boa política de governança corporativa, com forte credibilidade no mercado internacional, e por aí vai.
Acredito que Vale ainda venha a se recuperar, mas recuperação é uma expectativa que está diretamente ligada a tempo. Nada sei sobre a expectativa de cada um com relação a ganhos e prazos, mas devemos sempre levar em conta que Bolsa não deve ser considerado investimento de curto prazo, muito menos, investimento de ganho fácil e garantido. Há sempre os percalços de todo e qualquer investimento ligado à renda variável.
Não sei se ajudei, ou compliquei, mas não nos esqueçamos daquele ponto fundamental que mencionei lá no início: em Bolsa, só ganhamos ou perdemos quando realizamos a venda de um ativo, qualquer que seja!
Devo dizer que não sou muito afeto a dar conselhos, pois se os mesmos fossem bons, não seriam dados e sim muito bem vendidos. Mas vamos conversar um pouco sobre o tema Vale, sem nenhuma responsabilidade sobre conclusões que queiram tirar.
Não nos esqueçamos de um ponto relevante: um dos eventos, perder ou ganhar, só ocorre quando qualquer ativo é vendido. Até lá o investidor está posicionado em um ativo que sofre a influência do vai-e-vem do mercado. Mas vamos lá: ao olharmos o gráfico de Vale, por volta do dia 26/04, encontramos bons dias para a compra: as indicações eram de alta, o que ocorreu até o dia 20, quando o papel se mantinha dentro de um estreito canal de alta, embora sempre ameaçando estourar a parte superior das Bandas Bollinger, o que indicava um certo risco de reversão. Essa situação (reversão) se consolidou no dia 26/05, com a confirmação através do gráfico parabólico.
Daí para a frente foi só queda. Hoje, Vale estava a R$ 47,10, no momento em que escrevia esse post, ainda em terreno de baixa, pois rompeu uma forte linha de suporte na casa dos R$ 47,68. Outra linha de suporte está situada mais abaixo, em R$43,94. Caso caia abaixo desse valor, a situação pode se tornar preocupante.
Ao estudarmos o caso Vale, temos que levar em consideração um fator, que embora não garanta subidas constantes, pelo menos dão um certo conforto: a Vale é uma empresa com alta liquidez na Bolsa.
por outro lado, a intenção (ou necessidae? Ou estratégia?) em participar ativamente do processo de consolidação da indústria siderúrgica (por meio de compras e fusões), que vem acontecendo em nível mundial, pode estar trazendo alguma preocupação para os investidores em Vale. Haja visto a proposta, já arquivada na CVM, para emissão de US$ 14 milhões em ações. Está escrito no press release distribuído, que "A Vale pretende utilizar os recursos líquidos provenientes da oferta para fins corporativos gerais, o que pode incluir o financiamento de seu programa de crescimento orgânico baseado no plano de investimentos de US$ 59 bilhões, aquisições estratégicas (grifo meu) e a ampliação da flexibilidade financeira." Essa pode ser uma forma que a Vale está buscando para não aumentar seu endividamento.
Outro ponto a considerar: hoje, a Vale tem grande número de acionistas estrangeiros, não só em ADR, mas também no mercado da BOVESPA e alguns analistas andam apontando que os estrangeiros estão saindo do papel, após o anúncio de aquisição, ou intenções de aquisições, mais recentes.
Por outro lado, o preço das commodities está em queda no mercado mundial e os australianos, principais concorrentes da Vale no mercado chinês, estão oferecendo preços mais competitivos, por razões ligadas ao frete, muito embora o minério da Vale seja apontado como de melhor qualidade, o que vem garantindo seguidos valores-prêmio ao produto nacional.
Assim, o momento para a Vale não se mostra muito favorável no mercado internacional, sua principal fonte de receita.
No entanto, é o que sempre digo: realizar prejuízo, nem sempre é uma boa política, principalmente quando se trata de uma empresa como a Vale, com boa política de governança corporativa, com forte credibilidade no mercado internacional, e por aí vai.
Acredito que Vale ainda venha a se recuperar, mas recuperação é uma expectativa que está diretamente ligada a tempo. Nada sei sobre a expectativa de cada um com relação a ganhos e prazos, mas devemos sempre levar em conta que Bolsa não deve ser considerado investimento de curto prazo, muito menos, investimento de ganho fácil e garantido. Há sempre os percalços de todo e qualquer investimento ligado à renda variável.
Não sei se ajudei, ou compliquei, mas não nos esqueçamos daquele ponto fundamental que mencionei lá no início: em Bolsa, só ganhamos ou perdemos quando realizamos a venda de um ativo, qualquer que seja!
2 Comments:
O Sr. acha que o Ibovespa chegará aos 80 mil (até dez)? E quanto tempo o Sr. acha que vai durar esta crise de crédito e inflação mundial? Estou pensando em vender minhas ações até o final do ano e voltar para a Renda Fixa em 2009 e voltar às ações em 2010. O que o Sr. Acha?
By Marcos, at 17/6/08 22:53
Com relação ao comentário de 17/06, agradeço e tentarei responder enfocando meu ponto de vista sobre o tema colocado e como tyenho me comportado nesse árido campo dos investimentos, quando procuramos, na realidade, conseguir algum ganho extra em relação às nossas receitas habituais.
A primeira consulta se refere ao IBOVESPA na casa dos 80.000 pontos até dezembro de 2008. Vejamos: ontem o índice ameaçou romper uma boa resitência que estava por volta de 69.017 pontos, chegando a marcar 69.028 pontos na máxima do dia, recuando no fechamento para 68.437 pontos. Vencida essa resistência, precisam ser superadas outras, por volta de 70.450, 72.184 e, finalmente, 73.973 pontos. Hoje, quando escrevo essa resposta, o índice está em baixa de 1,0%, a 67.731 pontos. Muito bem, supondo a quebra das resistências apontadas, minha expectativa é de que o índice alcance algo como 79.200 pontos.
Quanto à crise de crédito, não tenho condições de dar opinião, uma vez que não disponho de informações detalhadas sobre o mercado de crédito americano. apenas acompanho pela imprensa e artigos de analistas americanso, sem conseguir tirar grandes conclusões sobre montante de valores envolvidos e se as propostas de soluções estão, ou poderão causar efeitos positivos sobre a economia americana.
Sobre vender suas ações até o final do ano e voltar para a renda fixa em 2009, para depois voltar às ações em 2010, não posso opinar, pois seria um exercício de grande especulação quando tratamos com um mercado extremamente volátil como o de ações.
Uma sugestão posso dar: não coloque todas suas posições de investimento em uma única cesta. Divida suas aplicações de acordo com o andamento dos mercados. se hoje os juros começam a subir novamente, tornando a renda fixa atrativa, amanhã poderão cair. há que ter grande flexibilidade para colher melhor rendimento deas aplicações. diversificação acredito que seja a plavra chave. Boa sote!
By LCDias, at 18/6/08 11:30
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