Não resisti, reproduzi
História diz muito sobre crise atual, mas particularidades podem dar o sinal da virada
Por: Roberto Altenhofen Pires Pereira - 06/01/09 - 19h45 - InfoMoneySÃO PAULO - A história tem muito a dizer sobre o andamento da crise atual. Episódios anteriores fornecem amostras sob medida de como as economias se comportam quando expostas a cada ameaça. Apesar de muito comparada, especialmente à Grande Depressão, a crise que vivemos possui suas particularidades.
Historicamente, os quadros recessivos são marcados por um choque nas condições de demanda e um intervalo de tempo até o impacto atingir as produções. Tudo aponta que desta vez é diferente. Com a ameaça à porta, as empresas mostram prontidão para pisar no freio. Desta vez, o colapso é simultâneo em demanda e produção.
Ainda assim, há uma brecha entre as oscilações de consumo e suprimento. Partindo desta premissa, a crise atual volta aos holofotes para uma questão muitas vezes ignorada: "Monitorem os estoques de perto", alerta a Merrill Lynch. Este intervalo encontra nas variações dos estoques um termômetro sem igual para cada mercado, cada economia.
Ataque cardíaco
Para a instituição, o desenho desta crise tende a seguir as amostras anteriores. Semelhante a um "ataque cardíaco", o período de colapso econômico que se iniciou em outubro deve encontrar seu ponto de inflexão após a forte retração da atividade no quarto trimestre. Após a publicação dos dados referentes aos últimos três meses do ano passado, que prometem ser conturbados, a tendência é de um período de franca expansão, para posterior estabilização.
Os números do quarto trimestre prometem mesmo fortes emoções. Vão registrar os impactos mais profundos da crise até o momento, mas não são de todo ruins. "Não é surpresa que os mercados já vêm ignorando os dados ruins", destaca a Merrill Lynch. Passado o choque inicial da crise, nada mais parece surpreender. Melhor ainda para as ações, que podem ter precificado boa parte destas perspectivas negativas.
O pior trimestre e a virada
Para o período, projeções apontam a possibilidade de retração de até 6% no PIB (Produto Interno Bruto) norte-americano e cerca de 12% na economia japonesa, por exemplo. Ainda assim, a história aponta que os trimestres de maior declínio são imediatamente seguidos de períodos de expressiva recuperação, como na virada do gráfico.
Não que o PIB das economias maduras será positivo no primeiro trimestre deste ano, até porque o resultado dos planos de estímulos ainda deve demorar um pouco para aparecer, mas aponta o "bungee jumping típico das economias", como descrito pela Merrill Lynch. A chance disto acontecer é muito alta. De 48 episódios avaliados pela instituição, apenas 1 se comportou diferentemente. Outro fator que pesa é que o primeiro trimestre também deve esgotar a capacidade de estímulo das autoridades nacionais.
Economia X Ações
A relação entre economia e mercado muitas vezes é controversa. Muitos esperam sinais mais concretos de recuperação econômica para "entrar" na bolsa. Pode ser tarde demais. Apesar de ambos caminharem para baixo no momento, de maneira geral, o mercado tende a antecipar a recuperação da economia.
A alta das ações deve vir antes. "De fato, um bom lugar para se procurar evidências de melhoria da economia é o mercado de ações", lembram os estrategistas da MorningStar. Para se antecipar, além dos estoques, a Merrill Lynch sugere olhar com atenção às vendas mensais de automóveis, bom termômetro de crédito e consumo.
Historicamente, os quadros recessivos são marcados por um choque nas condições de demanda e um intervalo de tempo até o impacto atingir as produções. Tudo aponta que desta vez é diferente. Com a ameaça à porta, as empresas mostram prontidão para pisar no freio. Desta vez, o colapso é simultâneo em demanda e produção.
Ainda assim, há uma brecha entre as oscilações de consumo e suprimento. Partindo desta premissa, a crise atual volta aos holofotes para uma questão muitas vezes ignorada: "Monitorem os estoques de perto", alerta a Merrill Lynch. Este intervalo encontra nas variações dos estoques um termômetro sem igual para cada mercado, cada economia.
Ataque cardíaco
Para a instituição, o desenho desta crise tende a seguir as amostras anteriores. Semelhante a um "ataque cardíaco", o período de colapso econômico que se iniciou em outubro deve encontrar seu ponto de inflexão após a forte retração da atividade no quarto trimestre. Após a publicação dos dados referentes aos últimos três meses do ano passado, que prometem ser conturbados, a tendência é de um período de franca expansão, para posterior estabilização.
Os números do quarto trimestre prometem mesmo fortes emoções. Vão registrar os impactos mais profundos da crise até o momento, mas não são de todo ruins. "Não é surpresa que os mercados já vêm ignorando os dados ruins", destaca a Merrill Lynch. Passado o choque inicial da crise, nada mais parece surpreender. Melhor ainda para as ações, que podem ter precificado boa parte destas perspectivas negativas.
O pior trimestre e a virada
Para o período, projeções apontam a possibilidade de retração de até 6% no PIB (Produto Interno Bruto) norte-americano e cerca de 12% na economia japonesa, por exemplo. Ainda assim, a história aponta que os trimestres de maior declínio são imediatamente seguidos de períodos de expressiva recuperação, como na virada do gráfico.
Não que o PIB das economias maduras será positivo no primeiro trimestre deste ano, até porque o resultado dos planos de estímulos ainda deve demorar um pouco para aparecer, mas aponta o "bungee jumping típico das economias", como descrito pela Merrill Lynch. A chance disto acontecer é muito alta. De 48 episódios avaliados pela instituição, apenas 1 se comportou diferentemente. Outro fator que pesa é que o primeiro trimestre também deve esgotar a capacidade de estímulo das autoridades nacionais.
Economia X Ações
A relação entre economia e mercado muitas vezes é controversa. Muitos esperam sinais mais concretos de recuperação econômica para "entrar" na bolsa. Pode ser tarde demais. Apesar de ambos caminharem para baixo no momento, de maneira geral, o mercado tende a antecipar a recuperação da economia.
A alta das ações deve vir antes. "De fato, um bom lugar para se procurar evidências de melhoria da economia é o mercado de ações", lembram os estrategistas da MorningStar. Para se antecipar, além dos estoques, a Merrill Lynch sugere olhar com atenção às vendas mensais de automóveis, bom termômetro de crédito e consumo.
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