sexta-feira, 27 de março de 2009

A Bolha Financeira

O blog do Hélio Leite traz uma matéria interessante cujo título é o mesmo deste post. O autor é William Almeida de Carvalho, Obreiro da Loja Equidade & Justiça, membro da Scottish Rite Research Society, da Academia Maçônica de Letras do DF, do Brasil, sociólogo e pós-graduado em Administração Pública e doutor em Ciência Política Panthéon-Sorbonne.
Lá ele aborda a crise financeira que hoje estamos vivendo e aponta que 99% dos economistas não sabem o que está acontecendo. Diz mais, que somente aqueles que acompanham há tempos, economistas ou não, a crise estão em condições de explicar o fenômeno, o que o leva a considerar a origem da crise com profundas raízes em passado muito remoto.Começando por volta da Segunda Guerra mundial (ufa!).
Do artigo destaquei o trecho abaixo, mas recomendo a leitura do todo, para conhecer a posição do autor.
Com a crise atingindo o cerne do sistema financeiro mundial algumas constatações podem ser anunciadas:

i) só uma superelite mundial está informada do que realmente está acontecendo;

ii) assiste-se, ainda in nuce, a uma perda de confiança nas instituições financeiras nacionais e multilaterais;

iii) a grande imprensa está mal-informada ou …;

iv) a crise atravessou o Atlântico norte contaminando a Europa que poderá sofrer mais que os EUA. O Tratado de Maastricht está muribundo;

v) os Bancos Centrais estão jogando trilhões de dólares na ânsia de salvar um sistema financeiro em bancarrota;

vii) o Federal Reserve Bank (o Banco Central dos EUA) transforma-se num banco de fomento para salvar os bancos comerciais e os de investimento;

viii) resgate de títulos podres com fundos públicos;

ix) enpoçamento da liquidez nacional e mundial;

x) pouco está se falando, mas abriu-se a caixa de Pandora da inflação mundial, que no momento está contida, mas… A inflação anualizada dos EUA em agosto foi de 10% e espera-se mais 10% em setembro…;

xi) o mundo assistirá a uma onda de regulamentação, principalmente na área dos derivativos;

xii) o déficit orçamentário dos EUA, que já é de 700 bilhões de dólares, deverá ser somado aos 700 bilhões de ajuda aos bancos…;

xiii) falência das instituições multilaterais - FMI, Banco Mundial e BIS – em gerir a crise;

xiv) os instrumentos clássicos de política monetária como a baixa de juros nos EUA e na Europa já não funcionam;

xv) qualquer outro país no mundo que sofresse o que os EUA estão passando, já estaria quebrado e com sua moeda em frangalhos.

VI – Conclusão

Dadas estas constatações, quais seriam as medidas para superar a crise?

As sugestões seriam as seguintes:

a) somente uma instituição tem condições de resolver a questão: a Presidência dos EUA. Somente um Presidente capaz e com muita experiênciano exercício do Poder e com uma equipe de altíssimo nível, não comprometida com os bancos ou fora de sua estrutura de poder…;

b) um novo Bretton Woods à la Roosevelt;

c) o dólar deverá ser salvo, pois todas as poupanças mundiais dos últimos 50 anos estão lastreadas nessa moeda;

e) isto não significa a manutenção da jogatina dos derivativos especulativos;

f) prioridade à economia física e aos fundos de pensão;

g) novo sistema de crédito mundial com taxas de juros fixas;

h) transformar as obrigações dos EUA em títulos de longo prazo com uma taxa de 1 a 2%;

i) remodelação do sistema dos bancos centrais;

j) programa mundial de investimento em infra-estrutura;

k) restaurar o Glass-Steagall Act de 1933 que proibia os bancos comerciais dos EUA se engajaram em operações de bancos de investimento.

Estas seriam medidas pragmáticas, contudo alguns analistas mais arrojados, propõem que se deve ser mais audacioso na solução e ligar o meio ambiente e problemas dedistribuição de renda em escala mundial na superação da crise.

Assiste-se no momento a uma drenagem de trilhões de dólares em bancos falidos, sem uma estratégia vigorosa de limpeza do lixo tóxico dos derivativos, pois os detendores destes papéis ainda dispõem de muito poder. Pior do que a situação do EUA, monitorada pelo FED, seria a Comunidade Européia que não dispõe de instituições centrais para monitorar a crise. Rezemos para que a China, financiadora do déficit dos EUA com suas imensas reservas, lastreadas em títulos do Tesouro Norte-americano, não comece a duvidar de sua credibilidade, vendendo-os no mercado. Aí sim, se atingirá um novo patamar na crise se os Triple A (os títulos dos Tesouro dos EUA) perderem sua credibilidade e o dólar sofrer fortíssima desvalorização.

A sorte está lançada, quem viver, verá… e não morreremos de tédio.

 
 

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